Madrasta presa por envenenamento fazia transporte escolar e conheceu o enteado há 12 anos, com os pais dele ainda casados

Cíntia Mariano Dias Cabral teve a prisão decretada. Divulgação

Casada há cerca de seis anos, Cíntia Mariano Dias Cabral, presa nesta sexta-feira acusada de envenenar a comida do enteado, conviveu com o jovem por mais de uma década, desde antes do início do relacionamento com o pai dele. Segundo a empresária Jane Carvalho Cabral, mãe do estudante, Cíntia trabalhava com transporte escolar e foi contratada por ela quando o filho estava com apenas 4 anos — hoje, ele tem 16. À época, os pais da criança ainda estavam juntos. Tempos depois, passada a separação, Cíntia e o pai do agora adolescente começaram a se relacionar.

— É duro pensar que, de certa forma, fui eu que coloquei essa monstra na nossa família. Ela entrou na minha vida porque eu contratei — lamenta Jane.

O rapaz passou mal no último domingo, após ingerir um feijão preparado e servido pela madrasta. Ele deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer com tonteira, língua enrolada, babando e com coloração da pele branca. Dois meses antes, Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, também filha de Jane e enteada de Cíntia, apresentou sintomas idênticos após uma refeição com a família paterna.

A jovem, porém, não teve a mesma sorte do irmão, e acabou morrendo após passar quase duas semanas internada no mesmo hospital. Inicialmente, o óbito foi tratado como tendo ocorrido por causas naturais. O episódio semelhante recente, contudo, despertou suspeitas, e Cíntia é tratada como suspeita de homicídio, além da tentativa de assassinato contra o enteado.

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— Ela visitou a minha filha no hospital todos os dias, como se nada tivesse acontecido. E me abraçou no enterro, embora não parecesse comovida. Mas, até então, eu pensava apenas que era o jeito dela — conta Jane.

Fernanda morava com o pai e a madrasta há cerca de um ano, em uma casa em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. No local, também vivia o irmão dela, de 16 anos, bem como uma filha adotiva do casal e dois filhos biológicos e uma neta de Cíntia. A Polícia Civil acredita que os crimes podem ter sido motivados por ciúmes da relação do marido com os dois filhos.

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— Ela não confessou. Mas, pelos depoimentos dos filhos naturais, sabemos que ela admitiu para eles ter envenenado Fernanda e que tentou fazer o mesmo com o enteado — disse o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), delegacia responsável pelas investigações.

Mais cedo, em um vídeo de quase meia hora postado no Instagram, Jane falou sobre a luta por justiça pelos filhos: “Hoje não tem lágrima nos olhos. Hoje tem sangue nos olhos. Por gana. Por justiça. Por vitória. Pela minha família”. Ela narrou que o fato de os dois jovens terem apresentados exatamente os mesmos sintomas “após uma refeição na casa da madrasta e do pai” gerou a desconfiança de que Fernanda, cuja morte até então era tratada como natural, também poderia ter sido envenenada.

“Graças a Deus eu consegui salvar o meu filho. E ele veio para provar, para derrubar essa máscara. Pra fazer justiça por ele e pela irmã dele”, diz Jane na gravação. “Não se chama (pessoas assim) de ser humano. Isso se chama de monstro”, completa a mulher no vídeo.

— Minha filha sempre morou comigo, mas minha casa estava em obras e, como ela passou a trabalhar com o pai, acabou se mudando pra lá. Eu acho que isso tudo aflorou os ciúmes dessa mulher — afirmou Jane ao EXTRA.

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