A equipe dos bombeiros finalizou, no início da noite deste sábado (10), o trabalho de resgate dos corpos das 62 vítimas do avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9). A informação foi confirmada pela tenente Olivia Perrone, porta-voz da instituição, para o Cidade Alerta, da RECORD.
Os corpos das vítimas estão sendo encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal), em São Paulo, para serem identificados pelos familiares.
Até o momento, os corpos do piloto Danilo Santos Romano e do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva foram os únicos a serem reconhecidos, segundo a Defesa Civil-SP. A identificação foi feita pelas impressões digitais, ou exame datiloscópico. A técnica faz parte do protocolo DVI (Identificação de Vítimas de Desastres, em tradução), acionado para garantir que todas as vítimas sejam identificadas de forma precisa e digna.
Entre os procedimentos, também estão a análise de DNA e exames ortodônticos. Segundo a Polícia Científica do Paraná, 25 famílias fizeram coleta de material genético.
Auxílio na identificação
Para auxiliar na identificação dos corpos, as famílias precisam apresentar na sede do IML Central qualquer exame ou documentação médica das vítimas, como exames radiológicos, médicos ou odontológicos. Qualquer tratamento odontológico, como canal, implante, próteses, panorâmica, aparelho ortodôntico, assim como qualquer tratamento médico para próteses, como pino, placa, fratura, parafuso, ajudam no processo, informa o IML. Isso ocorre porque, para a identificação, é necessário ter algum elemento para comparar com os corpos.
O IML conta com mais de 20 médicos, além de equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia. Cinco equipes estão sendo enviadas para Vinhedo para auxiliar no recolhimento dos corpos. Para ajudar na identificação, material genético está sendo recolhido também no Paraná.
O acidente
A aeronave caiu no jardim de uma casa em um condomínio. Às 13h28, foi reportada a queda em um condomínio residencial no bairro Capela, em Vinhedo, a 464,4 km de São Paulo. A Defesa Civil informou que a aeronave explodiu ao cair no chão. Desde o primeiro momento, as autoridades informaram que ninguém a bordo sobreviveu. Apesar de a aeronave ter explodido na garagem de uma casa, nenhuma pessoa foi atingida em solo. Vídeos registraram o momento da queda do avião.
Ao todo, 62 pessoas morreram. Anteriormente, o R7 publicou, com base em informações repassadas pela própria Voepass, que havia 61 pessoas a bordo. A empresa atualizou os dados na manhã de sábado (10). A companhia relatou que, no avião, tinham 57 passageiros e quatro tripulantes.
Especialistas acreditam que o mau tempo pode ter contribuído para o acúmulo de gelo nas asas. Pilotos que sobrevoaram São Paulo na sexta-feira (9) confirmaram uma condição atmosférica fora do normal. O ATR-72 é um avião de médio porte com boa reputação de segurança. Por características de projeto, voa a uma altitude inferior à operada pelos grandes jatos, justamente onde ocorre uma maior formação de gelo na atmosfera.
Em coletiva de imprensa na noite de sexta-feira, responsáveis pela Voepass informaram que o ATR-72 passou por manutenção na noite anterior ao acidente. Segundo a empresa, tudo estava no padrão técnico observado pela companhia. Ainda conforme os representantes da Voepass, o avião estava em rota normal até a queda. Os empresários lembraram que ainda precisam ser analisadas informações para as causas serem compreendidas.