São Paulo — Além das transações milionárias apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), outro negócio envolvendo mansões em uma das regiões com o metro quadrado mais caro de São Paulo une o empresário Maurício Camisotti, investigado pela farra dos descontos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e o advogado Nelson Wilians.
Como mostrou o Metrópoles, um relatório de inteligência do Coaf anexado ao inquérito que investiga associações ligadas a Camisotti suspeitas de efetuarem milhares de descontos indevidos sobre aposentadorias do INSS aponta, entre uma série de transações atípicas, que Wilians repassou R$ 15,5 milhões ao empresário nos últimos anos.
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Chamado ao banco para dar explicações, Camisotti disse que os valores eram empréstimos que pegou com o advogado, que ostenta uma vida de luxo nas redes sociais. A maior parte das transações foi da época em que empresas ligadas a Camisotti e a banca de advocacia de Wilians prestavam serviços ao plano de saúde dos servidores públicos federais, o Geap — ambas tiveram contratos rescindidos.Play Video
Além de se defender, o advogado também representou empresas de Camisotti na Justiça em disputas judiciais contra o Geap após a rescisão dos contratos. Depois, quando Camisotti criou entidades para efetuar descontos de mensalidade associativa de aposentados, direto na folha de pagamento, por meio de acordos com o INSS, Wilians passou a advogar para uma das associações, a Ambec, que fatura cerca de R$ 30 milhões mensais.