O aparecimento de uma mancha escura em praias de João Pessoa no último dia 17 motivou uma nova etapa de estudos ambientais na foz do Rio Jaguaribe. Ao longo desse sábado (29), pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) coletaram amostras de água e biodiversidade aquática na região, localizada entre as praias do Bessa, em João Pessoa, e de Intermares, em Cabedelo. O objetivo é subsidiar órgãos como a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) na identificação de fatores de interferência no local.
Análises preliminares da Sudema apontaram que a mancha possuía características típicas de mangue e apresentava coliformes fecais, indicando possível contaminação por esgotos clandestinos. Em resposta, a Sudema iniciará uma investigação sobre despejos irregulares ao longo do Rio Jaguaribe e seus afluentes, que servirá de base para futuras ações de recuperação ambiental.
Durante a visita dos pesquisadores da UEPB, foram recolhidos peixes, plantas aquáticas, algas e microcrustáceos, entre outros organismos, para análise. A ação faz parte do Projeto Ecológico de Longa Duração – Rio (PELD-Rio), que monitora a evolução ambiental de ecossistemas como o Rio Paraíba, da nascente à desembocadura.
O professor Etham Barbosa, coordenador do grupo de pesquisa da UEPB, falou sobre a importância do estudo.
“Esse estudo traz um novo componente, que é o da biodiversidade, um indicador mais preciso do estado ecológico do ambiente. Ele permite entender melhor as pressões das mudanças que ocorrem ao longo do tempo, além das análises físicas e químicas da água”, explicou.