Opercentual de elucidação de Mortes Violentas Intencionais (MVIs) na Paraíba alcançou, pela primeira vez, a marca de 63% dos casos desse tipo de crime — que engloba homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de óbito e mortes decorrentes de intervenções policiais. Trata-se da marca mais elevada que a Polícia Civil da Paraíba (PCPB) atingiu, desde que o índice passou a ser analisado no estado, em 2013. A porcentagem inédita, divulgada pela Diretoria de Estatística Criminal e Análise de Dados (Diest) da Delegacia-Geral da PCPB, refere-se ao desempenho observado no primeiro semestre deste ano.
Na avaliação da Polícia Civil é perceptível o crescimento dos esclarecimentos das MVIs, na Paraíba, especialmente nos últimos seis anos. Em 2020, por exemplo, o órgão de segurança constatou 35% de episódios esclarecidos em todo o estado, seguidos pelo índice de 37%, em 2021. A performance continuou obtendo maiores resultados nos anos seguintes: em 2022, 2023 e 2024, as marcas foram de 44%, 53% e 59%, respectivamente. Ainda conforme a instituição, se o percentual de 63% for mantido no segundo semestre de 2025, a Paraíba encerrará o ano bem à frente da média nacional de elucidação de MVIs — que gira em torno de 39%, de acordo com relatórios do Instituto Sou da Paz, de São Paulo.
No ano passado, a propósito, uma revista produzida pelo instituto definiu a PCPB como um modelo a ser seguido para a criação de um Indicador Nacional de Esclarecimento de Homicídios. Além disso, a entidade paulista aponta que, atualmente, a Polícia Civil paraibana é a que mais esclarece Mortes Violentas Intencionais nos estados das regiões Norte e Nordeste.
Para o delegado-geral da PCPB, André Rabelo, o desempenho no primeiro semestre é fruto dos investimentos aplicados para incrementar as atividades de investigação criminal, tanto na aquisição de equipamentos e novas tecnologias quanto no aumento do efetivo da Polícia Civil. “É uma clara relação de causa e efeito. Nos últimos seis anos, a PCPB realizou o maior concurso público de sua história, adquiriu ferramentas importantes para a investigação de crimes e vem capacitando seus profissionais, ano a ano. Com base nessa política de segurança, de apostar na investigação técnica, delineada pelo Governo do Estado e a Secretaria da Segurança e da Defesa Social [Sesds], a Paraíba consegue avançar muito na resposta para os crimes considerados mais graves, pois são os que tiram a vida das pessoas”, declarou André.
Média nas 10 maiores cidades é de quase 80%
O levantamento mais recente da Delegacia-Geral da Polícia Civil paraibana também indica que as 10 maiores cidades do estado apresentaram, no primeiro semestre de 2025, uma média de 78% de elucidação de Mortes Violentas Intencionais. Na capital, João Pessoa, dos 132 casos de MVIs registrados de janeiro a junho deste ano, 75 já foram esclarecidos pela PCPB — o equivalente a 57% das ocorrências.
Em Campina Grande, segundo maior município da Paraíba, houve 24 crimes do tipo durante esse período, sendo 19 deles já elucidados — ou seja, 79%. Já em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, 33 das 55 MVIs observadas foram esclarecidas (60%), enquanto na cidade de Patos, no Sertão do estado, a Polícia Civil solucionou 100% dos 10 casos contabilizados no semestre.
No quinto maior município paraibana — Bayeux, na Grande João Pessoa —, a Diest observou 22 ocorrências de mortes violentas, das quais 21 foram elucidadas (95%). Em Sousa, no Alto Sertão, o percentual alcançado no período foi de 93% (esclarecidos 13 de 14 casos).
Na sequência decrescente das 10 cidades paraibanas por quantitativo populacional, vem a cidade de Cabedelo, mais uma a integrar a Região Metropolitana de João Pessoa, onde a polícia elucidou 15 das 20 MVIs (75%) no semestre passado. A sertaneja Cajazeiras, por sua vez, teve esclarecidos cinco de nove crimes (56%) da categoria.
Guarabira e Sapé encerram a lista divulgada pela Polícia Civil. Na região da primeira, a Diest identificou 13 registros de MVIs no período analisado, com 11 deles já elucidados (85%). Na última, foram 11 episódios do tipo, com nove deles (82%) já esclarecidos pelo órgão de segurança estadual.