A organização Mundial da Saúde (OMS), cada brasileiro consome aproximadamente 30 kg de açúcar por ano. Contudo, a recomendação da OMS é que o consumo máximo da substância seja de 18,2 kg nesse mesmo período. Qual será o impacto do consumo diário de açúcar no corpo?
A opinião dos especialistas é evidente: o problema não reside em um consumo ocasional, mas na frequência e na quantidade. Desfrutar de um pedaço de bolo no aniversário ou compartilhar uma sobremesa no fim de semana não é o que prejudica a saúde.
Leia também:
O Brasil ocupa a segunda posição global em investimentos em pesquisa com Mounjaro e OzempicComo determinar o nível de glicose de forma segura e eficiente?Novo tratamento demonstra eficácia acelerada no tratamento da depressão pós-parto
A preocupação surge quando o açúcar se torna parte da rotina diária. É nesse ponto que o organismo começa a sofrer os efeitos do excesso e a apresentar sinais de alerta.
Quais são os processos que ocorrem no corpo após o consumo de açúcar.
Conforme a nutricionista Beatriz Lugli, da Clínica Viver Bem Mais, a digestão e absorção do organismo são rápidas após a ingestão de uma refeição rica em açúcares. “Isso leva ao aumento da glicemia e liberação de insulina, que facilita a entrada da glicose nas células. Essa glicose é utilizada como energia imediata pelas células, mas o que não for utilizado pode ser armazenada no fígado (glicogênio hepático), nos músculos (glicogênio muscular) ou, em excesso, convertido em gordura”, afirma a nutricionista.
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A endocrinologista Lyz Helena Aires Lopes ressalta que o consumo excessivo de açúcar pode causar alterações em alguns órgãos. A especialista aponta que o excesso de glicose no sangue leva o pâncreas a liberar insulina, hormônio responsável por permitir que o açúcar seja absorvido pelas células e transformado em energia. “Este é um processo natural e essencial para o equilíbrio do organismo”, declara a médica.
Contudo, quando a glicose se mantém persistentemente elevada, o pâncreas é forçado a operar de forma excessiva. Essa sobrecarga, ao longo do tempo, pode causar o esgotamento e a diminuição da produção de insulina, favorecendo o surgimento de doenças como o diabetes tipo 2, afirma a especialista.
Quais são os sintomas mais frequentes associados ao consumo excessivo de açúcar?
A nutricionista Beatriz Lugli indica que existem certos indicadores que podem revelar o excesso de açúcar no organismo.
- Variações de energia.
- Mudanças de humor e dificuldade de concentração.
- Aumento da fome.
- Aumento significativo no desejo por doces e carboidratos de rápida absorção.
A nutricionista continua abordando os efeitos do consumo excessivo de açúcar no corpo. Segundo a especialista, sinais de que o consumo pode exceder a capacidade metabólica incluem o ganho gradual de peso, especialmente o acúmulo de gordura abdominal, episódios recorrentes de fadiga e alterações em exames de laboratório, como os níveis de insulina.
Consumo exagerado de açúcar provoca alterações no corpo.
A endocrinologista destaca o esforço do pâncreas na produção de insulina. “O consumo frequente de açúcar causa picos repetidos de glicose no sangue. Para controlar esses picos, o pâncreas libera grandes quantidades de insulina. Com o tempo, esse excesso de estímulo leva as células a responderem menos à insulina, fenômeno conhecido como resistência insulínica”, explica a especialista.
Atualmente, conforme Lopes, o pâncreas necessita operar com maior intensidade e gerar volumes crescentes de insulina. Contudo, em determinado ponto, ele perde a capacidade de compensar. Isso leva ao aumento contínuo e duradouro da glicose no sangue, o que propicia o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Entretanto, não é somente o pâncreas que sofre com o consumo excessivo de açúcar. Segundo a Beatriz, o fígado é o principal destino da glicose excedente, podendo desenvolver acúmulo de gordura nas células hepáticas. O coração também pode ser afetado indiretamente, já que o consumo exacerbado pode influenciar no aumento de colesterol, triglicerídeos e processos inflamatórios.
Quantidade recomendada de açúcar por dia
Para prevenir os efeitos nocivos do consumo exagerado de açúcar, Lugli pondera sobre a quantidade adequada da substância na rotina diária. Segundo ela, “não há um valor único que se aplique a todas as pessoas, já que a tolerância ao açúcar depende de fatores como idade, gasto energético, composição corporal, histórico familiar e presença de doenças metabólicas”.
A nutricionista ressalta que, segundo a OMS, a recomendação de açúcares adicionados – aqueles inseridos em produtos industrializados ou utilizados no preparo de alimentos e bebidas – não deve exceder 10% do valor calórico diário, sendo preferível mantê-lo abaixo de 5%.
É importante notar que essas sugestões não se referem ao açúcar naturalmente presente em alimentos, como frutas, verduras e leite, uma vez que nesses casos ele está associado a fibras, proteínas, vitaminas e minerais, que regulam sua absorção e diminuem os efeitos metabólicos, segundo a especialista.
Para assegurar a segurança no consumo de açúcar, o ideal, conforme Beatriz, é considerar o contexto da dieta em sua totalidade. Isso significa adotar uma alimentação fundamentada em alimentos não processados, incluindo frutas, verduras, grãos integrais e proteínas de qualidade, permitindo o consumo ocasional de sobremesas sem comprometer a saúde metabólica.
Não é o consumo diário em pequenas quantidades que causa danos permanentes. O risco surge com a ingestão frequente e em excesso, ou seja, a combinação desses dois fatores, podendo levar à resistência à insulina, dislipidemia e acúmulo de gordura hepática, declara Beatriz.
O consumo de bebidas açucaradas aumentou entre crianças e adolescentes.
Fonte por: CNN Brasil
Sobremesas, bebidas gaseificadas, doces, sucos artificiais e até alimentos industrializados. O açúcar está presente em diversos produtos consumidos diariamente pela população, frequentemente de maneira oculta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada brasileiro consome aproximadamente 30 kg de açúcar por ano. Contudo, a recomendação da OMS é que o consumo máximo da substância seja de 18,2 kg nesse mesmo período. Qual será o impacto do consumo diário de açúcar no corpo?
A opinião dos especialistas é evidente: o problema não reside em um consumo ocasional, mas na frequência e na quantidade. Desfrutar de um pedaço de bolo no aniversário ou compartilhar uma sobremesa no fim de semana não é o que prejudica a saúde.
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Novo tratamento demonstra eficácia acelerada no tratamento da depressão pós-parto
A preocupação surge quando o açúcar se torna parte da rotina diária. É nesse ponto que o organismo começa a sofrer os efeitos do excesso e a apresentar sinais de alerta.
Quais são os processos que ocorrem no corpo após o consumo de açúcar.
Conforme a nutricionista Beatriz Lugli, da Clínica Viver Bem Mais, a digestão e absorção do organismo são rápidas após a ingestão de uma refeição rica em açúcares. “Isso leva ao aumento da glicemia e liberação de insulina, que facilita a entrada da glicose nas células. Essa glicose é utilizada como energia imediata pelas células, mas o que não for utilizado pode ser armazenada no fígado (glicogênio hepático), nos músculos (glicogênio muscular) ou, em excesso, convertido em gordura”, afirma a nutricionist
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A endocrinologista Lyz Helena Aires Lopes ressalta que o consumo excessivo de açúcar pode causar alterações em alguns órgãos. A especialista aponta que o excesso de glicose no sangue leva o pâncreas a liberar insulina, hormônio responsável por permitir que o açúcar seja absorvido pelas células e transformado em energia. “Este é um processo natural e essencial para o equilíbrio do organismo”, declara a médica.
Contudo, quando a glicose se mantém persistentemente elevada, o pâncreas é forçado a operar de forma excessiva. Essa sobrecarga, ao longo do tempo, pode causar o esgotamento e a diminuição da produção de insulina, favorecendo o surgimento de doenças como o diabetes tipo 2, afirma a especialista.
Quais são os sintomas mais frequentes associados ao consumo excessivo de açúcar?
A nutricionista Beatriz Lugli indica que existem certos indicadores que podem revelar o excesso de açúcar no organismo.
Variações de energia.
Mudanças de humor e dificuldade de concentração.
Aumento da fome.
Aumento significativo no desejo por doces e carboidratos de rápida absorção.
A nutricionista continua abordando os efeitos do consumo excessivo de açúcar no corpo. Segundo a especialista, sinais de que o consumo pode exceder a capacidade metabólica incluem o ganho gradual de peso, especialmente o acúmulo de gordura abdominal, episódios recorrentes de fadiga e alterações em exames de laboratório, como os níveis de insulina.
Consumo exagerado de açúcar provoca alterações no corpo.
A endocrinologista destaca o esforço do pâncreas na produção de insulina. “O consumo frequente de açúcar causa picos repetidos de glicose no sangue. Para controlar esses picos, o pâncreas libera grandes quantidades de insulina. Com o tempo, esse excesso de estímulo leva as células a responderem menos à insulina, fenômeno conhecido como resistência insulínica”, explica a especialista.
Atualmente, conforme Lopes, o pâncreas necessita operar com maior intensidade e gerar volumes crescentes de insulina. Contudo, em determinado ponto, ele perde a capacidade de compensar. Isso leva ao aumento contínuo e duradouro da glicose no sangue, o que propicia o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Entretanto, não é somente o pâncreas que sofre com o consumo excessivo de açúcar. Segundo a Beatriz, o fígado é o principal destino da glicose excedente, podendo desenvolver acúmulo de gordura nas células hepáticas. O coração também pode ser afetado indiretamente, já que o consumo exacerbado pode influenciar no aumento de colesterol, triglicerídeos e processos inflamatórios.
Quantidade recomendada de açúcar por dia
Para prevenir os efeitos nocivos do consumo exagerado de açúcar, Lugli pondera sobre a quantidade adequada da substância na rotina diária. Segundo ela, “não há um valor único que se aplique a todas as pessoas, já que a tolerância ao açúcar depende de fatores como idade, gasto energético, composição corporal, histórico familiar e presença de doenças metabólicas”.
A nutricionista ressalta que, segundo a OMS, a recomendação de açúcares adicionados – aqueles inseridos em produtos industrializados ou utilizados no preparo de alimentos e bebidas – não deve exceder 10% do valor calórico diário, sendo preferível mantê-lo abaixo de 5%.
É importante notar que essas sugestões não se referem ao açúcar naturalmente presente em alimentos, como frutas, verduras e leite, uma vez que nesses casos ele está associado a fibras, proteínas, vitaminas e minerais, que regulam sua absorção e diminuem os efeitos metabólicos, segundo a especialista.
Para assegurar a segurança no consumo de açúcar, o ideal, conforme Beatriz, é considerar o contexto da dieta em sua totalidade. Isso significa adotar uma alimentação fundamentada em alimentos não processados, incluindo frutas, verduras, grãos integrais e proteínas de qualidade, permitindo o consumo ocasional de sobremesas sem comprometer a saúde metabólica.
Não é o consumo diário em pequenas quantidades que causa danos permanentes. O risco surge com a ingestão frequente e em excesso, ou seja, a combinação desses dois fatores, podendo levar à resistência à insulina, dislipidemia e acúmulo de gordura hepática, declara Beatriz.
O consumo de bebidas açucaradas aumentou entre crianças e adolescentes.
Fonte por: CNN Brasil