A governadora Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Nordeste, afirmou que o apoio da Região ao presidente Lula em 2026 não está garantido e cobrou mais presença do governo federal no semiárido nordestino.
Em entrevista ao jornal O Globo, a petista defendeu que o presidente e os ministros intensifiquem agendas em Estados nordestinos. “O apoio não está garantido de jeito nenhum, muito pelo contrário.
Tem que intensificar a presença do Nordeste este ano e cada vez mais”, frisou.
Fátima Bezerra, que é natural da Paraíba mas tem militância política ativa no Rio Grande do
Norte, ressaltou que Lula foi liberado pela equipe médica para retomar viagens nesta semana após se recuperar de cirurgia na cabeça. Para a governadora, a estratégia deve ser focada em inaugurar obras de segurança hídrica e infraestrutura.
“É tempo da colheita, de entregar essas obras. Não podemos baixar a guarda. O governo tem que se fazer mais presente aqui no Nordeste. Não só Lula, mas também os ministros. A gente tem que ter muita atenção para os investimentos previstos para corresponder às expectativas da população”, manifestou Fátima Bezerra.
Ao comentar a pesquisa Quaest que mostrou um aumento da reprovação de Lula, a
governadora disse que a queda da popularidade está relacionada à inflação de alimentos e à
repercussão do anúncio sobre o monitoramento do Pix. “A pesquisa foi realizada em um momento de desgaste do governo federal, seja pela inflação dos alimentos, seja por causa da má-fé da oposição ao se aproveitar de uma medida corriqueira da Receita Federal. E não foi algo específico do Nordeste. É uma fotografia de um dia nublado. Tenho certeza que o sol voltará a brilhar em pouquíssimo tempo”, comparou. Para Fátima Bezerra, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e a divisão da direita podemfavorecer a reeleição de Lula.
Apesar de defender a candidatura do petista em 2026, ela defende que a esquerda comece a construir alternativas para os próximos anos.
“O campo da direita no Brasil está dividido até em função da inelegibilidade do presidente
anterior, que deve se manter.
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No campo progressista, o presidente Lula é unanimidade. É evidente que o presidente Lula tem consciência que, mais do que nunca, é necessária uma frente ampla”, acrescentou. A governadora emendou: “A gente tem que começar a construir outras alternativas porque tem 2030. Não antes. Na direita, há divisão, na esquerda o nome de Lula unifica. Agora, é
preciso ter sentido de frente ampla. Por isso, ele está muito correto ao cobrar na reunião ministerial a contribuição dos partidos. Lula não vai desistir dessa eleição, não”.
A governadora do Rio Grande do Norte também falou sobre a necessidade de regulação das redes sociais, dando como exemplo a disseminação de notícias falsas sobre a taxação do Pix. “O que a gente viu agora no episódio do Pix foi uma coisa inaceitável porque o governo nunca teve intenção de taxar o Pix”, revelou.
Completou dizendo que o uso que tem sido feito das redes sociais, com foco, sobretudo, em desinformar, “é um negócio assustador porque é feito numa velocidade tão grande que quando a verdade aparece, ela se dilui” e que não basta apenas constatar isso, mas que tem que haver a busca de
horizontes.
“O governo e os partidos do centro democrático não podem abrir mão do debate e de trazer à sociedade a necessidade da moderação desse conteúdo. Temos que vencer a resistência no âmbito do Congresso e ter uma correlação de forças que nos permita avançar, porque a eleição não será fácil”, concluiu Fátima Bezerra.