O naufrágio que resultou na morte de 35 pessoas na Lagoa do Parque Solon de Lucena, em João Pessoa, completa 50 anos neste domingo (24). Em 1975, 24 de agosto era um domingo de festa, mas ficou marcado como o dia de uma das maiores tragédias já registradas na capital paraibana.
Naquele ano, centenas de pessoas foram à área central da cidade para acompanhar as comemorações do Dia do Soldado. O Exército Brasileiro havia preparado uma grande exposição com armas, viaturas, carros de combate, armadilhas de caça e pesca e uma galeria de fotos. Porém, o que mais atraía a atenção da população eram os passeios de barca pelas águas da Lagoa.
Por volta das 17h15, a embarcação, que tinha capacidade para 60 pessoas, partiu lotada com cerca de 200 passageiros. Poucos minutos depois, não resistiu à superlotação e afundou. O resultado foi devastador: 35 pessoas morreram, sendo 29 delas crianças.
O acidente rapidamente mobilizou o Corpo de Bombeiros, policiais militares e populares que se arriscaram para tentar salvar vidas. A tragédia chocou a cidade, ganhou repercussão nacional e estampou as páginas de jornais como O Globo e Folha de S. Paulo. O impacto foi tão grande que, em 1975, não houve desfile cívico de 7 de setembro em João Pessoa.
O jornal Correio da Paraíba registrou à época o luto coletivo, a dor de famílias que perderam seus entes queridos e a morte de policiais que se afogaram ao tentar resgatar vítimas.

Décadas depois, em 2016, a TV Assembleia produziu o documentário “Lagoa 1975: O passeio que não terminou”, dirigido pela jornalista Vall França, que reuniu depoimentos de sobreviventes e testemunhas do naufrágio. O filme foi distribuído em escolas e está disponível gratuitamente no YouTube, ajudando a preservar a memória do episódio.
Meio século depois, a tragédia ainda é lembrada como um dos capítulos mais tristes da história de João Pessoa.