O governo da Venezuela fechou a fronteira com o Brasil, próxima a Pacaraima, em Roraima, nesta sexta-feira (26). A medida, decretada devido às eleições presidenciais marcadas para domingo (28), foi publicada no Diário Oficial da Venezuela e permanecerá em vigor até segunda-feira (29). As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
Segundo Domingo Hernández Lárez, comandante estratégico operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas da Venezuela, todas as pontes internacionais foram fechadas para “salvaguardar a inviolabilidade das fronteiras e prevenir atividades de pessoas que possam representar ameaças à segurança da República Bolivariana da Venezuela”.
O decreto também estabelece o fechamento das fronteiras marítimas e aéreas, além de proibir o porte de armas de fogo, a venda de bebidas alcoólicas e manifestações públicas.
Mais cedo, o presidente do Panamá, José Raul Mulino, publicou nas redes sociais que o avião com membros do grupo Idea (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas) foi impedido de decolar devido a um bloqueio no espaço aéreo da Venezuela. A Aeronáutica venezuelana negou que o país tenha fechado o espaço aéreo do país e impedido a chegada do grupo a Caracas.
Entre os passageiros estavam a ex-presidente do Panamá, Mireya Moscoso, e os ex-presidentes Jorge Fernando Quiroga (Bolívia), Vicente Fox (México), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), além da ex-vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Ramírez. Em nota, o governo da Venezuela afirmou que o grupo não estava convidado para observar as eleições no país.
A eleição na Venezuela ocorre no domingo, com dez candidatos concorrendo ao cargo de presidente. Edmundo Gonzalez Urrutia é o principal opositor de Maduro, que busca seu terceiro mandato consecutivo. Pesquisas indicam 59% de intenção de voto para Urrutia e 24,6% para Maduro. A comunidade internacional pede por eleições transparentes após acusações anteriores de fraude no país.
Na quarta-feira (24), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu não enviar observadores para acompanhar a eleição venezuelana. A decisão foi uma resposta às declarações de Maduro, que afirmou que a Venezuela possui o melhor sistema eleitoral do mundo, enquanto países como Colômbia e Brasil não têm urnas auditáveis.
Apesar disso, o governo brasileiro manteve a ida do assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar o pleito.
Itamaraty orienta brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota na noite desta sexta-feira (26) orientando os brasileiros que estão na Venezuela a procurarem a Embaixada brasileira caso seja necessário. “A Embaixada do Brasil informa que, em caso de necessidade de assistência consular, cidadãos brasileiros poderão acessar o portal consular ou acionar a Embaixada do Brasil em Caracas, por meio do telefone +58 414 3723337″, diz a nota.